
"Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó.
Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés"
Cartola
Amei! Amei tanto que perdi a conta de quantas vezes abri mão de mim. Amei de uma forma que jamais amarei de novo, com toda certeza (e nem quero mais brincar disso, coisa chata!). Amei com dor e intensidade de quem descobre que amar é realmente difícil. Eu estendi a mão, mas simples assim, ele não a pegou, pegou de outra.
Ontem eu perdi! Admito que perdi como um soldado perdedor de uma guerra que sai cabisbaixo e com o rabinho entre as pernas. Ontem sucumbi! Caí como uma debutante desajeitada que tropeça no próprio vestido e se estabaca na frente de todos e tem vontade de morrer ao invés de levantar. Ontem eu chorei porque senti a dor da perda da morte. Aquela dor aguda latente que parece que vai sufocar e matar engasgada se não morrer de tanto chorar e quando recebi sua ligação, o choro foi ainda pior, por saber que te enterrei vivo. Porém, assim como os mortos que enterramos e sofremos por eles, chega a hora em que nos conformamos e seguimos em frente, pois assim é essa coisa maravilhosa que chamamos de vida.
Sentirei saudades, claro que sim, você foi o grande amor da minha vida, acredite, mas como te desejei no ano passado quando te coloquei o escapulário- “Seja feliz, independente de qualquer coisa, seja feliz!” Porque eu serei.