terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tudo passa, tudo passará...


Queria tentar escrever algo sincero, bonito, que venha realmente das bases do que sinto, do que penso, mas acho que já não consigo mais. Não por maldade ou protecionismo, e sim por achar que não me conheço. É tipo como um barco que segue um rumo que julga acima de tudo ser certo, mas ao chegar na encosta vê tantas luzes, que já não sabe mais onde aportar. Eu queria realmente acreditar que tenho um propósito, que todos os caminhos conspiraram para que eu chegasse até aqui, que sei exatamente o que fazer, mas estaria mentindo para mim mesmo. Na verdade acredito que, fingimos ter controle por medo, fingimos ser pessoas entrosadas em uma realidade ou contexto social, para fugir da incomoda sensação de que não fazemos a mínima idéia do por que existimos, de que estamos na verdade, completamente perdidos. Analiso e chego à conclusão de que então é melhor tentar não controlar as coisas, pensar em ter momentos bons, realmente agradáveis, pois foram eles que fizeram tudo isso valer a pena, e também porque me arrependo muito mais do que não fiz. Nada restara a gente a não ser sensações especiais, certo ou errado, enganação própria ou não, um sorriso é um sorriso, um beijo é um beijo, uma lágrima é uma lágrima, e nada disso pode ser tirado. Só não seremos injustos ou pouco convictos em nossas atitudes, pior do que não querer bem, é não saber o que querer. Ao passar por um jardim, ouvi um sopro de consciência que me disse “levai as rosas ao céu ou deixá-las em sua serenidade segura, porque quando a seiva acabar, não há madeira nem carne que resista, não há luxo que não perca o brilho e nem nota que não desafine... por que quando a música acabar, só nos restará apagar as luzes.”


Por Júlio Cesar

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