terça-feira, 13 de abril de 2010

Nostalgia...


Gostaria de um dia poder olhar novamente nos teus olhos e sentir que todo esse tempo realmente foi desperdiçado. Desde que te conheci, sempre tenho os altos e baixos pensando em como as coisas poderiam ter sido diferentes se eu tivesse mais maturidade e você menos.
Confesso que pensei diversas vezes que você não mais me afetaria depois de tanto tempo, que realmente havia passado e deixado pra trás, como todo o restante da garota certa que fui. Engano meu. Você ainda me afeta. Obviamente que andar pela rua de onde você me escrevia em uma metrópole de 10 milhões de habitantes é uma coincidência cruel e olhar para os lados te procurando é inevitável. Cada vez que abre a porta do metrô eu penso: - Ele poderia sair dali agora, e quando nada acontece, vejo minha inocência em querer te encontrar ao acaso em um formigueiro. Obvio que não aconteceria.
Imagino como está sua vida agora. Se tem filhos, casou-se, mudou-se, enfim, em como realmente você está. É como se pensasse em um velho amigo que não tenho noticias há tempos e sinto imensa falta, só que a falta que sinto não é do amigo, é do cara que se preocupava comigo, que não se importava em pagar contas astronômicas de telefone desde que eu atendesse, que ligava 17 vezes no dia só pra ouvir minha voz e cancelava jantares pra ficar escutando as baboseiras que eu falava, que brigava quando eu saia e não avisava. Aquele cara legal que me fez um presentinho bobo com todo carinho e que me ligava da Paulista às 3 horas da tarde pra ouvir minha voz. Sinto falta. Sinto muita falta e isso me bloqueia demais até hoje. Sabe, um sentimento de que nunca mais gostarei de alguém assim? Até prefiro, não me envolver tanto pra não ter que sofrer depois. Finais são tristes e não quero mais tristezas.
De tudo, algo que você me disse na ultima vez que nos falamos e que não sai da minha cabeça porque como alguém poderia usar um clichê tão antiquado para dar fim a algo. Você me disse: - “Você é muito especial, eu não”. Isso me faz rir e ao mesmo tempo pensar. Será? Será que ele falou realmente achando que eu acreditaria nisso ou simplesmente achou um modo menos traumático, porém igualmente covarde para dizer que não queria. Pois é, ainda penso em você na Heitor Penteado, mas hoje a certeza é outra, de que eu realmente sou muito especial, você não.

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